Guidelines ESPEN - Doença hepática-4


Guidelines ESPEN 2019

Terapia Nutricional na doença hepática

Este guidelina, publicado em janeiro de 2019, é uma atualização do anterior e  visa traduzir evidências atuais relacionadas aos aspectos nutricionais e metabólicos dos pacientes adultos portadores de doença hepática.
São 85 recomendações referentes aos portadores de  insuficiência hepática aguda, esteato-hepatite alcoólica grave, doença hepática gordurosa não alcoólica, cirrose hepática, cirurgia e transplante hepático, e as lesões hepáticas associadas à nutrição diferentes da doença hepática gordurosa não alcoólioca.
Devido à extensão do guideline, este título foi subdividoco em várias partes.

Graus de recomendação
Grau
Descrição
A
Baseado em meta-análises de alta qualidade
B
Baseado em revisões sistemáticas de alta qualidade
0
Baseado em relato de casos, opinião de especialistas.
GPP
Baseado em consenso entre os especialistas

O texto completo do Guideline está disponível em: https://www.espen.org/files/ESPEN-Guidelines/ESPEN-guideline-liver-disease-2019.pdf

Parte 4
CIRROSE HEPÁTICA



Recomendações



Recomendação 46
Os pacientes portadores de cirrose deverão receber orientação nutricional de um grupo multidisciplinar no sentido de obter melhoras na sobrevida e no prognóstico

Recomendação 47
A atuação do grupo multidisciplinar deve incluir o acompanhamento do estado nutricional e o fornecimento de diretrizes para atingir os objetivos nutricionais estabelecidos.
GR: GPP  Cons: 100%

Recomendação 48
Nos portadores de cirrose hepática, as intervenções nutricionais ( por via oral, enteral ou parenteral) devem ser iniciadas seguindo  os guidelines atuais para os pacientes não cirróticos.
GR: GPP  Cons: 100%

Recomendação 49
Nos pacientes cirróticos a intervenção nutricional traz benefícios clínicos sem aumentar os efeitos adversos da intervenção.
GR: GPP  Cons: 100%

Recomendação 50
Os pacientes cirróticos quando em situações caracterizadas por aumento do gasto energético (doenças/ complicações agudas intercorrentes/ascite refratária) ou portadores de desnutrição, devem receber maiores quantidades de energia.
GR: GPP  Cons: 100%

Recomendação 51
Nos cirróticos portadores de sobrepeso/obesidade, não se recomenda aumentar a ingesta de energia.
GR: GPP  Cons: 100%

Recomendação 52
Os pacientes cirróticos compensados, sem desnutrição devem receber um total de 1,2 g/kg/dia de proteína.
GR: A
B  Cons: 100%

Recomendação 53
Os pacientes cirróticos portadores de desnutrição ou de sarcopenia devem receber um total de 1,5 g/kg/dia de proteínas
GR: B  Cons: 100%

Recomendação 54
A oferta proteica dos pacientes cirróticos com encefalopatia hepática (EH) não deve ser diminuída, visto que a restrição proteica não contribui para a melhora da encefalopatia.
GR: B  Cons: 100%

Recomendação 55
Os pacientes cirróticos devem receber micronutrientes para tratar as deficiências presentes ou clinicamente suspeitadas.
GR: GPP Cons: 100%

Recomendação 56
Os pacientes cirrótico e obesos devem ser submetidos à modificações no estilo de vida e à redução do peso, medidas que são capazes de diminuir a hipertensão porta
GR: B  Cons: 100%

Recomendação 57
Os cirróticos portadores de desnutrição ou depleção muscular devem receber 30-35 Kcal/kg/dia de energia e 1,5 g/kg/dia de proteínas.
GR: B  Cons: 100%

Recomendação 58
Os períodos de jejum devem ser encurtados pelo consumo de 3 a 5 refeições ao dia além de um lanche no final da tarde para preservar a massa proteica corporal
GR: B  Cons: 100%

Recomendação 59
Nos pacientes cirróticos intolerantes à proteína, devem receber proteína vegetal ou receber AACR (0,25 g/kg/dia), por via oral, com o objetivo de aumentar a ingestão proteica.
GR: B  Cons: 89%

Recomendação 60
O uso de aminoácidos de cadeia ramificada (AACR), administrados na dose de 0,25 g/kg/dia, em longo prazo, é capaz de melhorara a qualidade de vida e o tempo de sobrevida livre de complicações.
GR: B  Cons: 89%

Recomendação 61
Ao prescrever uma dieta hiposódica para o paciente cirrótico, deve-se levar em consideração o risco de que esta conduta resulte em diminuição no consumo total de alimentos, além de lembrar que este procedimento traz pequena vantagem no controle da ascite. Deve-se portanto tomar cuidado para evitar a perda de palatabilidade da dieta restrita em sal.
GR: GPP  Cons: 78%

Recomendação 62
Nos cirróticos que não conseguem se alimentar por VO, ou nos quais a VO não é capaz de atender suas necessidades nutricionais com a dieta alimentar, deve ser iniciada a Nutrição enteral (NE)
GR: B  Cons: 100%




Guidelines ESPEN - Doença hepática-3


Guidelines ESPEN 2019

Terapia Nutricional na doença hepática

Este guidelina, publicado em janeiro de 2019, é uma atualização do anterior e  visa traduzir evidências atuais relacionadas aos aspectos nutricionais e metabólicos dos pacientes adultos portadores de doença hepática.
São 85 recomendações referentes aos portadores de  insuficiência hepática aguda, esteato-hepatite alcoólica grave, doença hepática gordurosa não alcoólica, cirrose hepática, cirurgia e transplante hepático, e as lesões hepáticas associadas à nutrição diferentes da doença hepática gordurosa não alcoólioca.
Devido à extensão do guideline, este título foi subdividoco em várias partes.

Graus de recomendação
Grau
Descrição
A
Baseado em meta-análises de alta qualidade
B
Baseado em revisões sistemáticas de alta qualidade
0
Baseado em relato de casos, opinião de especialistas.
GPP
Baseado em consenso entre os especialistas

O texto completo do Guideline está disponível em: https://www.espen.org/files/ESPEN-Guidelines/ESPEN-guideline-liver-disease-2019.pdf

Parte 3
DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA (NAFL)



Recomendações



Recomendação 29
Nos pacientes com sobrepeso ou obesidade portadores de doença hepática gordurosa não alcoólica (NAFL) ou esteato hepatite não alcoólica (NASH), recomenda-se uma redução de 7 a 10% do peso corporal no sentido de melhorar a esteatose e as alterações na função hepática. Para se conseguir a melhora da fibrose, há necessidade de perda ponderal >10%.
GR: A  Cons: 96%

Recomendação 30
Em pacientes com NASH com sobrepeso / obesidade, as mudanças para um estilo de vida com atividade física intensa contribuem para a perda de peso e devem ser as primeiras medidas implementadas.
A atividade física deve ser usada como tratamento de primeira linha. (BM)
GR: A  Cons: 100%

Recomendação 31
Nos portadores de NAFL/NASH, sem sobrepeso, recomenda-se um programa de atividade física para se conseguir melhora da esteatose e diminuição da resistência à insulina.
GR: GPP  Cons: 100%

Recomendação 32
Nos portadores de NAFL/NASH, com ou obesidade, devem ser submetidos a um regime de redução ponderal para reduzir o risco das comorbidades, melhorara a histologia hepática e diminuir os níveis de TGO e TGP.
GR: A  Cons: 100%

Recomendação 33
No sentido de se conseguir perda de peso, está indicada a prescrição de uma dieta hipocalórica de acordo com os guidelines atuais para tratamento da obesidade
GR: A  Cons: 93%

Recomendação 34
A “adoção” da dieta do Mediterrâneo é capaz de melhorar a esteatose hepática e a resistência á insulina
GR: B  Cons: 100%

Recomendação 35
Os pacientes portadores de NAFL/NASH devem ser orientados para a prática de atividade física com a intenção de diminuir o conteúdo hepático de gordura. Não existem dados indicando que a atividade física diminua a o quadro histológico de necro-inflamação hepática.
GR: A  Cons: 100%

Recomendação 36
Os pacientes portadores de NAFL/NASH devem se abster de consumir álcool no sentido de obter melhoras na histologia e na função hepática.
GR: A  Cons: 100%

Recomendação 37
Os pacientes portadores de NAFL/NASH e doença celíaca devem seguir uma alimentação sem glúten no sentido de obter melhoras na histologia e na função hepática.
GR: B  Cons: 96%

Recomendação 38
Os pacientes com diagnóstico histopatológico de NASH, não diabéticos, devem receber 800 UI/dia de Vit. E (α-tocoferol) com a finalidade de obter melhoras na histologia e na função hepática.
GR: B Cons: 100%

Recomendação 39
Ainda não ha dados que justifiquem a eficácia de antioxidantes (Vit. C, resveratrol etc.) no tratamento dos portadores de NAFL/NASH.
GR: 0  Cons: 100%

Recomendação 40
Ainda não ha dados que justifiquem a recomendação para o uso de ácidos graxos Ω-3 para tratamento dos portadores de  NAFL
GR: 0  Cons: 100%

Recomendação 41
Nos pacientes portadores de NAFL/NASH, podem ser usados suplementos nutricionais orais (SNO) contendo probióticos / simbióticos com a finalidade de obter melhoras na histologia e na função hepática
GR: 0  Cons: 89%

Recomendação 42
A nutrição parenteral (NP) e a nutrição enteral (NE) estão indicadas nos pacientes portadores NAFL e com  doenças intercorrentes que impeçam a realização da nutrição por via oral ou quando esta é insuficiente.
GR: GPP  Cons: 96%

Recomendação 43
Nos pacientes portadores de NAFL/NASH e com IMC < 30, a indicação de iniciar a NE ou NP deve seguir as mesmas recomendações estabelecidas para os portadores de ASH ( Recomendações 18,19,20,25,27,28)
GR: GPP  Cons: 100%

Recomendação 44
Nos pacientes obesos portadores de NAFL/NASH e com doenças intercorrentes, devem receber NE ou NP contendo:
            Energia = 25 cal/kg de peso ideal/dia
            Proteína = 2,0 – 2,5 g/kg de peso ideal/dia
GR: GPP  Cons: 71%

Recomendação 45
Nos pacientes obesos portadores de NAFL/NASH, sem cirrose hepática, que não conseguem perder peso com a dieta + atividade física, estará indicada a realização da cirurgia bariátrica.
GR: B  Cons: 100%