Overfeeding na NE

           Sequelas clínicas do “overfeeding” em adultos na terapia intensiva:

Onde estão as evidências?

Autores: Lee‐anne S. Chapple Luke Weinel Emma J. Ridley Daryl Jones Marianne J. Chapman Sandra L. Peake:

Royal Adelaide Hospital, Adelaide, Australia
JPEN 2020 Aug 44(6) 980-91


Introdução: 

Parece claro que a administração de NE em quantidades maiores do que as necessidades do organismo (overfeeding) pode causar efeitos adversos ao paciente, embora a literatura seja escassa sobre este tema.
O objetivo deste trabalho foi buscar, em adultos da terapia intensiva, os estudos referentes a: 

▫ Frequência com que ocorre overfeeding durante a NE

▫ Sequelas clínicas nos pacientes que receberam overfeeding


Material e Métodos 

Pesquisa realizada no MEDLINE, EMBASE e CINAHL até 28 de novembro de 2018, buscando estudos clínicos que relataram overfeeding em um ou mais braços da pesquisa, realizados em adultos na terapia intensiva
Overfeeding foi definido como:

▫ Administração de > 2.000 kcal / dia ou

▫ Administração de > 25 kcal / kg / dia ou

▫ Administração de ≥ 110% nas necessidades diárias de energia.

Utilizou-se a ferramenta “Cochrane Risk of Bias” para avaliar a qualidade dos ensaios clínicos randomizados.
Foram incluídos 18 estudos (10 randomizados com 4.386 pacientes e 8 não randomizados com 223 pacientes.)
Apenas 4 estudos relataram diferenças na quantidade de energia fornecida entre os grupos de tratamento, sendo que 1 braço atendeu à definição de overfeeding.

Resultados:

O overfeeding foi associado a:

▫ Aumento da administração de insulina

▫ Maior intolerância gastrointestinal (1 grande estudo randomizado)

▫ Maior duração da terapia antimicrobiana (1 estudo randomizado pequeno)

▫ Não houve diferença na mortalidade entre os pacientes que receberam e não receberam overfeeding (4 estudos)


Conclusões:

▫ Não há dados de alta qualidade para determinar o impacto do overfeeding (por NE) em pacientes adultos da terapia intensiva.

▫ Com base nas evidências disponíveis, o overfeeding não causou aumento de mortalidade nem interferiu em outros desfechos clínicos relevantes.

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