Hipoalbuminemia - Revisão


Artigo de revisão

Hipoalbuminemia: Fisiopatologia e Significado Clínico


Autores: Soeters PB,   Wolfe RR, Shenkin A.
Journal of Parenteral and Enteral Nutrition
First published: 04 October 2018



Hipoalbuminemia é um achado comum na prática clínica e os níveis séricos de albumina são rotineiramente medidos em pacientes graves ou desnutridos.
Muitas vezes a hipoalbuminemia é erroneamente considerada como sendo um indicador de ingestão nutricional inadequada e que pode ser aliviada, resolvida, pela terapia nutricional.
Em indivíduos previamente bem nutridos, a hipoalbuminemia pode se desenvolver em poucas horas, (após trauma ou doenças agudas graves, seguindo-se ao período de correção da hipovolemia) como também pode estar presente nas doenças inflamatórias crônicas, apesar da ingestão nutricional adequada.
A hipoalbuminemia está sim associada à inflamação. O processo inflamatório aumenta a permeabilidade capilar permitindo a saída da albumina para o interstício, causando expansão do espaço intersticial e aumentando o volume de distribuição da albumina.
O processo inflamatório, por sua vez, causa diminuição na meia-vida da albumina contribuindo para diminuir a massa total de albumina.

Em linhas gerais, estes dois fatores (saída da albumina de dentro do vaso e diminuição da sua meia vida) são os responsáveis pela hipoalbuminemia.

 A hipoalbuminemia resulta e reflete o estado inflamatório, que por sua vez interfere nas respostas orgânicas à agressões (Ex:  procedimentos cirúrgicos, quimioterapia, etc.)  piorando a qualidade de vida e levando ao aumento da mortalidade
O aumento ou a diminuição dos níveis séricos de albumina são bons indicadores, respectivamente, de melhora ou deterioração do quadro clínico (melhora ou piora do processo inflamatório)
No espaço intersticial, a albumina age como o principal agente antioxidante e como fornecedor de aminoácidos para a renovação das células e da matriz conjuntiva.
Não foi possível demonstrar que a infusão de albumina tenha efeito benéfico nos pacientes da UTI (diminuindo o volume da reposição de líquidos, as taxas de infecção ou a mortalidade), sugerindo não haver déficit corporal de albumina ou que a albumina administrada é inadequada para desempenhar funções antioxidantes exercidas pela albumina endógena.
O tratamento da hipoalbuminemia deve basear-se na correção das causas da inflamação e não na administração de albumina.

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