NE com fibras na UTI




Uso de fibras dietéticas em nutrição enteral de pacientes graves: uma revisão sistemática


Audrey Machado dos Reis, Ana Valéria Fruchtenicht, Sérgio Henrique Loss, Luis Fernando Moreira
Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Brasil.
Rev. bras. ter. intensiva vol.30 no.3 São Paulo July/Sept. 2018

Objetivos:
Revisão sistemática sobre o uso e segurança das fibras dietéticas em pacientes críticos, (8 estudos) tendo como base a diarreia, outros sintomas gastrintestinais (distensão abdominal, volume gástrico residual, vômitos e constipação), a microbiota intestinal, o tempo de permanência na unidade de terapia intensiva, e o óbito.

Material e Métodos:
Realizada busca em: US National Library of Medicine (NLM) e National Institutes of Health (PubMed); Latin American and Caribbean Health Sciences Literature (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SciELO).
Usados os seguintes termos ["dietary fibre", "dietary fibre-free", "dietary fibre-enriched" e "dietary fibre-containing"] e terapia intensiva ["ICU", "intensive care", "critically ill" e "life-threatening patients"]
Critérios de incusão: Estudos avaliando especificamente o uso de fibra dietética em pacientes graves, publicados entre 01/01/ 2001 e 01/112/2016, (inglês, espanhol ou português), incluindo ensaios clínicos randomizados quando estudos observacionais.
Critérios de exclusão: Instabilidade hemodinâmica.

Resultados:
Encontrados 63 estudos, sendo 8 selecionados (total de 545 adultos e 94 crianças). Todos os artigos se referiam ao uso de fibras na nutrição enteral (NE) via tubo.
Tipos de fibras usadas: Fibras solúveis + insolúveis: 4 estudos, restante fibras solúveis. Quantidade de fibras variou de: 12g/litro (adicionados à NE) a  12 g 3 vezes ao dia (fornecidos como suplementação).
Duração dos protocolos: variou de 4 a 7 dias (4 estudos) e entre 2 e 5 semanas.
Na maioria dos estudos, a diarreia apresentou melhora nos pacientes que receberam fibras.
Também  foram identificadas, por alguns estudos, possíveis melhoras, mesmo que discretas, em termos de infecções e mortalidade.

Conclusões:
A presente revisão, que incluiu apenas pacientes de UTI, mostrou que, o uso de fibras solúveis em todos os pacientes graves hemodinamicamente estáveis, é seguro e pode ser considerado benéfico para redução dos sintomas gastrintestinais, principalmente da diarreia.
Visto que o uso destas fibras pode auxiliar no tratamento de pacientes graves, são necessários mais estudos para melhor avaliar o uso rotineiro de dietas enriquecidas com fibras em pacientes das unidades de terapia intensiva.

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