Terapia
Nutricional na UTI
Este guideline foi
publicado pela ESPEN em agosto de 2018. Engloba os pacientes internados nas
unidades de terapia intensiva.
Devido à sua extensão,
optamos por desmembrar o documento original em 3 partes.
Cada tópico abordado no
“guideline” foi transcrito e está seguido do grau de recomendação (resumido na
tabela abaixo) e do grau de consenso (Cons), em percentagem, entre os autores.
Graus
de recomendação
Grau
|
Descrição
|
A
|
Baseado em
meta-análises de alta qualidade
|
B
|
Baseado em revisões
sistemáticas de alta qualidade
|
0
|
Baseado em relato de
casos, opinião de especialistas.
|
GPP
|
Baseado em consenso
entre os especialistas
|
O texto
completo do Guideline está disponível AQUI
TERAPIA NUTRICIONAL NA UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA
O quadro 1
representa as fases que o paciente poratdor de doença aguda grave percorre durante a sua permanência na UTI.
Cada uma das
fases apresenta características metabólicas diferentes como também é diferente
a terapia nutricional em cada uma delas.
Recomendações:
- Em todos os pacientes que permanecem na UTI por mais de 48 horas, deve-se avaliar o uso da terapia nutricional. GR: GPP Cons: 100%
- Todo paciente da UTI deve receber avaliação clínica com a finalidade de detectar a presença de desnutrição até que seja desenvolvida uma ferramenta de avaliação nutricional específica para o paciente da UTI.
- A avaliação clinico-nutricional deve constar de anamnese, (caracterizando a perda de peso e/ou da diminuição da capacidade física antes da internação na UTI), exame físico (para detectar a perda de massa muscular e medir a força muscular). GR: GPP Cons: 100%
- Todo paciente que permaneça na UTI por mais de 48 horas deve ser considerado estar em risco de desnutrição. Cons: 96%
- Nos paciente da UTI com capacidade de se alimentar, a dieta oral deve ter preferência sobre a nutrição enteral (NE) ou nutrição parenteral (NP). GR: GPP Cons: 100%
- Se a alimentação oral não for possível, a NE deve ser iniciada precocemente (dentro de 48 h) em vez de adiar o seu início. GR: B Cons: 100%
- Se a alimentação oral não for possível, a NE deve ser iniciada precocemente (dentro de 48 h) em vez de iniciar a NP. GR: A Cons: 100%
- Nos pacientes em que a nutrição oral ou a NE estão contraindicadas, a NP deve ser iniciada dentro de 3 a 7 dias. GR: B Cons: 89%
- Nos pacientes gravemente desnutridos, em que a NE está contraindicada, a NP deve ser iniciada precocemente e progredida lentamente. GR: 0 Cons: 95%
- No sentido de evitar o “overfeeding”, o aporte nutricional pleno, através da NE ou da NP, deve ser atingido em 3 a 7 dias. GR: A Cons: 100%
- A NE deve ser administrada em infusão contínua ao invés da administração em bolus intermitente. GR: B Cons: 95%
- A administração da NE no estomago deve ser a conduta padrão para o início da NE. GR: GPP Cons: 100%
- Nos pacientes que apesar do uso de pró-cinéticos, apresentam intolerância à NE gástrica, deve-se colocar a sonda enteral em posição pós-pilórica.
- Nos pacientes avaliados como tendo alto risco de aspiração, a NE deve ser realizada com a sonda em posição pós-pilórica, preferentemente em nível de jejuno. GR: GPP Cons: 95%
- Nos pacientes que apresentam intolerância à NE gástrica, deve-se usar a eritromicina IV como droga pró-cinética preferencial. GR: B Cons: 100%
- O uso da metoclopramida por via IV, ou a combinação metoclopramida + eritromicina, podem ser alternativas a serem usadas na terapia com pró-cinéticos. GR: B Cons: 100%
- Nos pacientes em ventilação mecânica, o gasto energético (GE) deve ser estabelecido por calorimetria indireta (CI). GR: B Cons: 95%
- Se a CI não estiver disponível, o GE estimado a partir do consumo de O2 (medido com cateter de Swan-Ganz) ou a partir da produção de CO2 (medida pelo respirador mecânico), refletem melhor a realidade do que as equações atualmente disponíveis para o cálculo do GE. Cons: 82%
- O valor do GE medido por calorimetria indireta deve ser alcançado de uma maneira progressiva, após a “fase inicial” da doença crítica. GR: 0 Cons: 95%
- Na fase inicial da doença crítica, a oferta nutricional deve ser hipocalórica (não mais que 70% do GE). GR: B Cons: 100%
- Após o 3º dia, a oferta calórica pode ser aumentada até atingir 80 a 100% do gasto energético medido. GR: 0 Cons: 95%
- Nos casos em que o gasto energético for estimado com o uso de equações preditivas, deve-se administrar a nutrição hipocalórica (abaixo de 70% das necessidades calculadas), durante a primeira semana na UTI. GR: B Cons: 95%
- Nos pacientes intolerantes à NE plena durante os primeiro 7 dias na UTI, a decisão sobre o início da NP deve ser individualizada, levando em consideração os riscos e benefícios inerentes a cada caso. GR: GPP Cons: 96,30%
Nenhum comentário:
Postar um comentário