Terapia
Nutricional na UTI – parte 3
Este guideline foi
publicado pela ESPEN em agosto de 2018 engloba os pacientes internados nas
unidades de terapia intensiva.
Devido à sua extensão,
optamos por desmembrar o documento original em 3 partes.
Cada tópico abordado no
“guideline” foi transcrito e está seguido do grau de recomendação (resumido na
tabela abaixo) e do grau de consenso (Cons), em percentagem, entre os autores.
Graus
de recomendação
Grau
|
Descrição
|
A
|
Baseado em
meta-análises de alta qualidade
|
B
|
Baseado em revisões
sistemáticas de alta qualidade
|
0
|
Baseado em relato de
casos, opinião de especialistas.
|
GPP
|
Baseado em consenso
entre os especialistas
|
O texto
completo do Guideline está disponível em AQUI
Recomendações:
·
Os suplementos nutricionais orais (SNO) devem
ser utilizados nos pacientes não entubados que não conseguem atender suas
necessidades nutricionais com a dieta alimentar, antes de se indicar o início
da NE.
GR: GPP Cons:
96%.
·
Os portadores de disfagia, não entubados, devem
receber dietas de textura espessada. Se mesmo assim houver risco de aspiração, a
NE deve ser iniciada.
GR: GPP Cons:
94%.
·
Os portadores de disfagia com alto risco de
aspiração, estará indicada a NE pós-pilórica e se esta não for possível, será
necessário iniciar a NP “temporária”, permitindo a retirada da SNE e realização
dos exercícios da deglutição.
GR: GPP Cons:
92%.
·
Nos pacientes portadores de sepse, após a
estabilização hemodinâmica, a NE deve ser iniciada precocemente e progredida ao
longo dos dias.
Se houver contraindicação para realização da NE, a NP deve
ser iniciada e também progredida ao longo dos dias.
GR: GPP Cons:
94%.
·
Nos pacientes em pós-operatório de cirurgia
abdominal ou de cirurgia no esôfago,
recomenda-se o início precoce da NE em vez de retardar o começo da NE.
GR: 0 Cons:
96%.
·
Nos pacientes portadores de complicações graves
após cirurgia abdominal ou esofagiana, incapazes de alimentar-se por VO, a
terapia nutricional deve ser realizada através da NE (e não da NP), a menos que
haja obstrução intestinal, falta de continuidade do TGI ou síndrome
compartimental abdominal.
GR: GPP Cons:
96%.
·
Nos casos em que houver deiscência de anastomose
intestinal, fístula digestiva (interna ou externa), a NE deve ser administrada
distalmente à fístula.
GR: GPP Cons:
95,8%.
·
Diante da impossibilidade de administrar a NE distalmente à fístula ou à anastomose
rota, estará indicado o início da NP.
GR: GPP Cons:
94%.
·
Nos pacientes em que ocorrem grandes perdas de
secreção entérica através de fístulas ou
através de ostomia, deve- se tentar reinfundir no TGI a secreção drenada.
GR: GPP Cons:
100%.
·
A NE precoce deve ser a preferida (e não a NP)
nos pacientes portadores de trauma grave.
GR: B Cons:
96%.
·
Os pacientes obesos devem receber nutrição iso-calórica
e hiperproteica, sendo que as quantidades administradas devem preferencialmente
ser guiadas por calorimetria indireta e pelo balanço nitrogenado.
GR: 0 Cons:
96%.
·
Nos pacientes obesos, a quantidade de energia
fornecida deve ser guiada pela calorimetria indireta. A oferta proteica deve
ser guiada pelo balanço nitrogenado ou pela medida da “Massa corporal magra” (medidas
por TC ou por outra ferramenta que estiver disponível).
Na impossibilidade de se usar a calorimetria
indireta, a oferta energética deve ser baseada no “peso corporal ajustado”.
Na impossibilidade de se medir o balanço
nitrogenado ou de medir a massa corporal magra, a oferta proteica deve ser de
1,3 g/kg de peso ajustado/dia.
GR: GPP Cons:
89%.
·
De uma maneira geral, a glicemia deve ser monitorada
a cada 4 horas (a partir da internação na UTI ou do início da terapia
nutricional) durante os primeiros 2 dias.
GR: GPP Cons:
93%.
·
Os pacientes com glicemias superiores a 180 mg%,
devem receber insulina.
GR: A Cons:
93%.
·
Os eletrólitos (K, MG, PO4) devem ser monitorados diariamente durante a
1ª semana.
GR: GPP Cons:
92%.
·
Nos pacientes portadores de hipofosfatemia (<0,65
mmol/l ou uma queda > 0,16 mmol/l) no início da terapia nutricional, os
eletrólitos devem ser monitorados 2-3 vezes ao dia e a reposição deve ser
realizada de acordo com as necessidades.
GR: GPP Cons:
100%.
·
Nos pacientes portadores de hipofosfatemia (<0,65
mmol/l ou uma queda > 0,16 mmol/l) no início da terapia nutricional, o valor
energético fornecido deve ser diminuído
durante 48 horas e depois ser aumentada gradativamente.
GR: B Cons:
100%.
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