Força de Preensão Palmar



Força de preensão palmar como preditor de complicações pós-operatórias em pacientes com câncer de esôfago submetidos à esofagectomia.

Shizuoka General Hospital, Shizuoka, Japan.
Esophagus.  2018 Jan;15(1):10-18


INTRODUÇÃO:
A esofagectomia radical continua a ser a principal opção de tratamento para o câncer de esôfago ressecável. Por ser uma cirurgia de grande porte, por vezes surgem complicações pós-operatórias.
Recentemente tem sido colocado em evidência o impacto que a perda de massa muscular produz nas complicações pós-operatórias e na sobrevida entre pacientes com câncer.
Este estudo teve como objetivo identificar o impacto da diminuição na força de preensão palmar (FPP) nas complicações pós-operatórias de esofagectomia.

MÉTODOS:
Foram incluídos 188 pacientes (masculinos = 166, femininos = 22) submetidos à esofagectomia radical com reconstrução do tubo gástrico entre 2008 e 2014.
 A correlação entre a FPP e a idade foi analisada pelo coeficiente de correlação de Pearson.
Devido ao pequeno número de pacientes femininos, apenas os pacientes do sexo masculino foram estratificados em dois grupos de acordo com a idade:
o    Grupo não idoso: < 70 anos
o    Grupo idoso: ≥ 70 anos
 Foi realizada a análise da curva ROC para cada grupo, usando a ocorrência de complicações pós-operatórias como o ponto final para determinar um valor de corte ótimo para a FPP.

RESULTADOS:
Complicações pós-operatórias ocorreram em 60,9% do grupo de idosos e 47,4% do grupo de não idosos.
Para valores de corte fixados  em 30,5kg para o grupo de idosos e de 37 kg para o grupo de não idosos, a análise multivariada mostrou que o valor baixo da FPP foi um fator preditivo independente de complicações pós-operatórias apenas no grupo de idosos (p = 0,008).
Também no grupo de idosos, a incidência de pneumonia pós-operatória foi de 39,5% entre os pacientes com valores baixos de FPP, contra 3,8% entre os pacientes com valores altos de FPP.

CONCLUSÃO:
O valor baixo da FPP no pré-operatório é um fator preditivo independente de complicações pós-operatórias, especialmente pneumonia pós-operatória, em pacientes idosos do sexo masculino com câncer de esôfago tratados com esofagectomia radical.

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